Como fazer marketing rápido e barato, volume 1: Cerveja, carros/motos, supermercados e shampoos/tinturas para o cabelo.

Lançando um rápido olhar sobre as propagandas que você vê na TV, você capta a fórmula do marketing atual, salvo algums exemplares mais criativos. Por isso, resolvi montar meu proprio curso de marketing e ficar rico. Aí me toquei que tenho 14 e ainda vou pro colégio. Falei "droga, vou ter uma crise de abstinencia se não dividir meu conhecimento com outras pessoas". Resultado: Curso "Como fazer marketing" aqui no malabarismos mesmo. Vamos aos modulos:

Cerveja: Alguem aí não lembra daquela propaganda de cerveja em que um caranguejinho de calção roubava a latinha de cerva do cara, e quando, este descobria, o ladrãozinho já estava na beira do mar com o calção falando "nhém-nhém-nhém, nhém"? Ah...não lembrava? Deixa. Afinal, ninguem precisa gastar dinheiro com Computação Gráfica quando se pode jogar um monte de desocupados num bar. Lembra da última propaganda da Brahma? Não? Se lembrar da penúltima ou da antepenúltima serve, todas são iguais desde sempre...Da Brahma e de tantas outras genéricas, sem criatividade, com slogans toscos, enfim, mais baratas e lucrativas. Se não se convenceu, olhe a Antártica. Gastam dinheiro com atores famosos, colocam tiradas engraçadas, e acham que estão abafando. O marketeiro deles nunca teve aula comigo. A minha formula pra propaganda é a seguinte: Mostre as pessoas o que elas querem ver. Se seu sonho é um boteco limpinho, com gente bonita e jovem, conversando alegremente e rindo, dê isso a eles. Ou melhor, dê a eles uma música com péssimas rimas (feitas por você mesmo, pra não pagar Direitos Autorais pra artistas). O consumidor não encontrará isso na sua esquina, mas se ele reclamar da falta de verdade, chame-o para ser figurante na próxima propaganda. Simples.

Aí vem as propagandas de carro/moto. Novamente há algumas exceções, como a do Novo Fox. Mas o resto resume-se a pessoas sorridentes entrando em carros brilhantes e rodando por ruas calmas sem nenhum outro carro. Só ele. As coisas são assim desde que começaram a confundir Carro com Top Model. E Rua com Passarela. E aí vem uma camera enxerida e mostra o painel, o cambio e o espaço interno. Essa parte pode muito bem ser reutilizada a cada carro lançado, já que só o que muda mesmo é a parte de fora. E o preço.

E propaganda de supermercado? Falta um mês e aqueles ovos de páscoa já rondam minha cabeça na Americanas Express. Medo daquele treco cair na minha cabeça. Depois vai ser aniversário, aniversário, propaganda normal, ferias, aniversario, propaganda normal, aniversario, dia das crianças, propaganda normal e natal. Depois ano novo, ferias, carnaval, páscoa e repete-se o ciclo...Sempre assim. Mostre várias pessoinhas alegres e sorridentes analisando produtos com a "maior naturalidade", e falando umas com as outras, como se se conhecessem há anos. Aí o consumidor pensa "maravilha, um lugar onde todo mundo é feliz e contente, e eles tem AMIGOS DE SUPERMERCADO! Pode-se pedir algo mais?", e vai ao mercado. Se ele acha o que queria, já não é no departamento de marketing, pode ir falar com os sorridentes moços do setor de advocacia. Melhor, corre logo pro ProCon.

Propaganda de Shampoo é aquela parte que aquela DIVA sacode aquele cabelo liso, brilhante, macio, que deve estar caindo de tanta quimica. Tanto dos produtos quanto do photoshop. Aí de repente vem uma lupa mágica e aumenta o cabelo para que possamos ver o produto agindo nos fios. Pra incutir em você o desejo de comprar condicionadores com pequenas enzimas verdes que irão entrar naquelas fendas do seu cabelo, fechá-las e depois...comer seu cabelo de dentro pra fora. E invente nomes difíceis, porque se tem algo que engana o consumidor são nomes difíceis: Anti-frizz, quera-active, hidro-lastina--moça vaidosa que ora me lê, só de ouvir o nome "hidro-lastina" já não dá vontade de correr pra fármacia?
Muito bem classe, quando eu tiver mais material, convocarei outra aula. Dispensados.